Quem está acessando o quê? E por quê?
Uma reflexão sobre Gestão de Identidades e Acessos (IAM)
Você saberia dizer agora — com clareza — quem tem acesso ao quê na sua infraestrutura de TI? E mais importante: por quê?
Se sua resposta envolve um silêncio desconfortável ou aquele famoso “preciso verificar”, você não está sozinho. A má gestão de identidades e acessos ainda é uma das principais brechas de segurança nas empresas, e o problema está muito além da tecnologia — está na falta de governança.
O risco invisível
Muitas vezes, na correria por entregar projetos, integrar sistemas e manter a operação rodando, é comum o acúmulo de acessos, o “copiar e colar” de permissões, e o famoso “deixa com acesso que depois a gente revisa”. O resultado? Você pode estar abrigando usuários com superpoderes desnecessários, ex-funcionários com acesso ativo ou sistemas que se falam sem qualquer controle.
Isso não é só um problema técnico. É uma fragilidade de governança que pode custar caro — em reputação, em multas (vide LGPD), e o mais importante ao meu ver, em continuidade de negócio.
Abaixo listei 5 boas práticas que você pode aplicar AGORA no seu negócio para melhorar sua gestão de acessos e aumentar a segurança da empresa.
1 – Princípio do menor privilégio: dê apenas o acesso estritamente necessário.
Cada usuário deve ter apenas o acesso necessário para executar suas funções. Parece óbvio, mas na prática, o que vemos são acessos amplos concedidos “para facilitar” ou “porque pode precisar”. Isso é o mesmo que dar a chave mestra de um prédio inteiro para quem só deveria acessar uma sala.
✅ Aplique esse princípio desde o onboarding até mudanças de função e desligamento.
2 – Revisões periódicas de acesso: especialmente após mudanças de função ou desligamentos.
Quando foi a última vez que você revisou os acessos do seu time ou dos sistemas integrados?A falta de revisão leva ao acúmulo de permissões — o que chamamos de privilege creep. Com o tempo, um usuário pode ter acesso a muito mais do que deveria, abrindo brechas críticas.
✅ Defina ciclos trimestrais (ou até mensais) de revisão, envolvendo gestores diretos e áreas d
3 – Matriz de risco e criticidade: classifique acessos por impacto. Nem todo acesso é igual —alguns expõem dados, outros abrem portas críticas.
Nem todo acesso tem o mesmo peso. Acesso a um drive compartilhado é uma coisa, acesso a um banco de dados de clientes ou a um painel de cloud com poderes administrativos é outra história.
✅ Crie uma matriz de risco, avaliando impacto e probabilidade de cada tipo de acesso. Use isso para definir controles adicionais como MFA, justificativas, ou revisões mais frequentes.
4 – Automatize o provisionamento e desprovisionamento: quanto menos manual, menor a margem de erro.
A automação é aliada da segurança. Processos manuais de criação e remoção de acessos são lentos, suscetíveis a erros e frequentemente negligenciados.
✅ Use ferramentas de IAM (Recomendo fortemente o Corpia IGA por ex.) integradas ao RH e ao Active Directory para que alterações de status (promoções, desligamentos, mudanças de área) reflitam imediatamente nos acessos.
5 – Auditoria e rastreabilidade: você precisa conseguir responder o “quem fez o quê, quando e por quê”.
Não basta controlar — é preciso monitorar. Você precisa saber quem acessou o quê, quando e por quê, especialmente em ambientes críticos.
✅ Mantenha logs centralizados e protegidos. Implemente alertas para acessos fora do horário, a recursos sensíveis ou ações suspeitas.
Governança não é opcional
IAM não é só responsabilidade do time técnico. É uma camada fundamental da governança de TI e precisa ser tratada como tal. Isso envolve processos claros, ferramentas adequadas e principalmente cultura de responsabilidade sobre o uso de acessos.
A pergunta que fica para você, gestor:
Você controla as identidades da sua empresa — ou elas estão controlando você?